terça-feira, 29 de maio de 2007
domingo, 27 de maio de 2007
Parece que o mau humor está na moda
O que nos chama para dentro de nós mesmos
Memória...
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Porque?
Será que você ainda me ama?
Será que você apenas sente falta dos meus carinhos?
Ou será que eu sou apenas uma lembrança boa?
Bateu saudade ou vontade de me quer?
Gostaria de saber!
quinta-feira, 24 de maio de 2007
BEIJOS A TRÊS
Eu sabia que existia. Por ouvir falar, pela literatura, pelo cinema, televisão e outros locais tais que se prestam para as “crianças” chegarem em casa às seis da manhã.Mas nunca tinha visto. Em público, especialmente.O cenário era entre carros estacionados, a calçada e a faixa de rolamento na Rua Riachuelo, quase Dores, amada Porto Alegre.Duas dessas crianças que já têm bunda, seios e corpos mais lindos que muitas dessas divas televisivas, uma delas (calça azul) grudada numa outra de sexo masculino – um guri menor que elas – e passando muito bem (Que inveja!).Mas até aí tudo bem (?), que os costumes se ampliam, se relaxam e a sociedade é como é. E pronto!Após mais de uma volta no quarteirão para tentar estacionar, a surpresa: A que beijava despegou-se do guri e outra (calça vermelha, igualmente jovem e roliça) imediatamente grudou-se nele para beijá-lo. Juntas, apenas separadas porque o “cara” não dispunha de duas bocas.Caso dispusesse, por certo estariam ambas a beijá-lo ao mesmo tempo.
Aniversário
Gostar de quem gosta de mim...
Ana marrie
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Eu...
Não importa, vou vivendo e vendo o que vai me restar.
domingo, 20 de maio de 2007
Mulherzinha
Hoje eu acordei mulherzinha. Mulherzinha, mulherzinha, mulherzinha. Estranho. Vesti-me cor-de-rosa. Comecei a ler romance meloso, assisti três novelas diferentes. Não me importei quando me questionaram se eu era "senhorita" ou "senhora". Acordei assim. Sem vontade de falar o que penso porque poderia irritar os outros. Sem paciência de discutir ao ouvir alguma das costumeiras barbaridades do dia-a-dia, cansada só de me imaginar nadando um pouco que fosse contra a corrente. Morrendo de preguiça de levantar peso, abrir garrafa de vinho, trocar a lâmpada queimada da sala. É. Acordei mulherzinha, decidi agradar a todos, sorrir sem motivo, concordar, manter a voz macia. O que eu mais desejava era receber um abraço bem apertado de um moço que dissesse que iria cuidar de mim, que eu não precisaria me preocupar com absolutamente nada. Então eu tomei uma aspirina e passou.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Feio seu cara de melancia! aaaaaa..rs
Truco. TRUCO. TRUUUUCOOOOOOOOOO! Olhava sua cara de melancia e só pensava em trucar. Não dava para voltar, só restava avançar, pedir mais, ó ambição. Você me fazia trucar. Querer trucar. Eu costumo adotar a cautela, observar antes de agir, de subir na mesa, de exigir mais, três, seis, nove. Mas olhava e não via. Cara de melancia. Se ainda fosse tangerina que é fácil de saber o que tem por dentro, basta uma apalpada na casca... Ou banana, que vai ficando mais pintadinha (a d'água) ou manchada (a prata) na medida em que o tempo passa.Mas melancia... poxa melancia... como adivinhar o interior de uma melancia? Dizem que o segredo é bater na base e ouvir um barulho oco: sinal de fruta suculenta. E a doçura, quem garante? E como usar dessa técnica tão subjetiva no meio daquele jogo e você com a cara de melancia? Não tem como escolher, é chute mesmo. Como saber se está boa? Não dá, não dá. Ah, mas como eu queria trucar. Mesmo sem ao menos desconfiar o que me reservaria por dentro. Se o vermelho já estaria passado, farinhento, se a quantidade de caroços era exagerada. Sabia nada, era uma aposta na névoa. Não era uma opção. Tinha de trucar. Eu queria tudo. Eu queria mais. Que cartas escondia você nas mãos? Manilha? Zap? Nadinha de nada? Eu ignorava. Sabia, porém, que a melancia na minha frente me dragava ao ciclone nem sei se bom ou mau; inevitável tempestade, sábio vovô. Minha vida, uma pasmaceira, e meu avô, pescador, sempre dissera que depois da calmaria, tormenta. Minha mão não era especialmente boa. Podia perder a rodada, que até então estivera equilibrada. Mas perder o jogo por desistir, por jogar as cartas fechadas sem saber o que você tinha... Poxa, não dava. Preciso tentar, melhor morrer sabendo a ignorar retirando-me, como um general que recua ao ver o cavalo do adversário. Chegamos até aqui, não há volta. Eu truco, eu truco, eu truco, truco, truco, vou continuar trucando. Até ganhar ou perder. Truco. Até sair rindo ou chorando. Truco. Até levar meu triunfo, meu prêmio ou recolher-me só, pensar no que aconteceu e partir para outra. Mas você com esse rosto de melancia que não se entrega há de ter um deslize, um segundo de verdade, que dará um sinal e eu vislumbre o vermelho do interior. Estará mais para o vinho, forte, embriagante, convidativo? Ou esbranquiçado, cheio de fibras, difícil? Receptivo à minha boca faminta ou, ao contrário, rejeitará minha aproximação oferecendo-me um gosto enjoativo, óbvio, sem-graça?Enquanto tento adivinhar, continuo trucando, aos gritos, aos sussurros, ora implorando, ora exigindo, mas sempre obcecado pelo vermelho-redemoinho da sua polpa impenetrável.
Troca...
Troca-troca Por Luciana Pinsky
Nós éramos um casal dissonante, vivíamos aos trancos como bicicleta em rua de paralelepípedo. Até que por puro acaso encontramos nossa combinação perfeita: eu bêbada e você sóbrio. Viramos goiabada com queijo branco, café com chantili, acarajé com vatapá. Acordo inédito esse, visto que eu me recuso a beber e você se recusa a parar de beber. Porém daquela vez, sei lá por qual motivo, aconteceu. Experimentei algo que me deram, estava agradável, refrescante e lá fui eu. Você, estranhamente, recusou. E, pronto: o pedal da bicicleta ficou macio, como a pele daquela atriz de porcelana brilhando na tela. Não, não reclame, não é difícil apenas para você, querido. Descobrir que fico muito mais interessante quando fujo de mim foi um pequeno choque. É duro admitir, eu uma cartesiana disfarçada de romântica. Eu, uma defensora do mundo ideal, mas que me divirto mesmo nas sombras. Com umas dosesinhas, gosto mais de mim. Rio mais. Converso mais. Beijo mais. Você, meu bem, é o oposto. Quando bebe arrasta voz, ronca, morre de ciúmes, fica meloso a mais não poder. É praticamente uma mulher histérica. Ri sem parar, não fala coisa com coisa, se faz de bobo, justo você, tão inteligente. Pronto, está instituído. Eu vou renunciar ao chá de capim santo do fim da tarde em favor de uma pequena, porém certeira, dose de uísque. E você, por favor, troque, de vez, o chopp pelo suco de laranja. Só assim viveremos um delicioso passeio de bicicleta no parque de Pituaçu.